Kano Primer - Pós High Seas
Fala, pessoal! Tetsuo aqui! 😊
Resolvi escrever este primer de Kano para todos os jogadores que têm interesse em pilotar o herói no meta atual. Este guia parte do princípio de que você já conhece o herói e seus combos mais básicos. A ideia é compartilhar informações sobre listas atuais, principais cartas, matchups e estratégias possíveis.
Tenho quase dois anos de dedicação exclusiva ao Kano e conquistei alguns resultados legais, como o alguns Top 8 em temporadas de ProQuest e RtN, Top 8 no Battle Hardened: São Paulo em 2024 e uma vitória no Road to Nationals: Cards of Paradise em 2025. Apesar de investir bastante tempo na exploração dos caminhos arcanos, acredito que ainda tenho muito a aprender. O conteúdo deste guia é fruto de trocas com outros jogadores, treinos internos com o Fabled Brazil e minha própria experiência em torneios.
Como foi a season de The Hunted?
The Hunted introduziu quatro novos heróis: Arakni, Marionette (Mario), Cindra, Fang e Arakni, 5L!p3d 7hRu 7h3 cR4X (Slippy).
Embora esses heróis não tenham sido tão presentes no meta quanto os de Part the Mistveil e Rosetta, durante a season alguns heróis atingiram o status de Living Legend, moldando o ambiente competitivo atual.
O domínio explosivo da Aurora e o banimento dos tomos em setembro de 2024 tornaram o meta bastante agressivo. Levar um plano com Defense Reactions se tornou cada vez mais difícil, especialmente com a ausência de Guardians e Warriors — fruto da presença dominante da Enigma.
Matchups que antes eram favoráveis, como Nuu e Uzuri, ficaram mais difíceis após a introdução do set de equipamentos Widow.
Lista Unga Bunga
Para responder ao meta rápido, a lista Unga Bunga, criada pelo Blazing For Lethal, ganhou tração rapidamente. A proposta inicial era rodar 9 poções, incluindo a terceira cópia de Potion of Déjà Vu e três cópias de Clarity Potion, além de usar Open the Flood Gates com três cópias de cada cor.
Vamos entender o racional por trás de cada carta:
Open the Flood Gates
O objetivo desta carta é substituir os tomos. Embora não seja tão poderosa, ela permite a execução de combos degenerados a partir do topo do deck. No entanto, seu custo (2 recursos) e a necessidade de surge tornam o combo menos consistente.
O combo com Flood Gate depende de dois critérios:
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Ampliar o dano do Flood Gate acima do AB do oponente.
Para o surge passar, você precisa pumpar o dano acima do AB do oponente. Se seu oponente tem AB3, você precisa subir 4 de dano arcano. Normalmente feito com Aether Wildfire, se seu oponente apresenta AB3, ele reduz o Wildfire para 3 e ainda falta 1 de pump — algo que Kindle ou Will of Arcana ou Metacarpus Node pode fornecer. Em último caso, usar o Flood Gate em si mesmo pode ser necessário (lembre-se: any target), embora com grande custo de dano perdido.
-
Ter poções em campo.
Combos com Flood Gate demandam muitos recursos. Com uma mão azul padrão, ainda pode faltar 1 recurso. A Potion of Déjà Vu ou o Ragamuffin’s Hat são formas de suprir esse gap.
Quando o combo encaixa e o surge acerta, o ideal é comprar duas azuis e achar outro Flood Gate no topo com ajuda de Deja Vu/Ragamuffin, possibilitando 2-3 Flood Gates no mesmo turno e finalizações com Lesson in Lava ou Blazing Aether.
Clarity Potion
Crítica para montar o topo ideal do deck. Entre seus usos:
- Garantir draw duplo de azuis
- Configurar o topo para Kano em Flood Gate ou Blazing
- Usar Ragamuffin numa azul
- Encontrar Wildfire em situações de desespero (obrigado a combar sem combo setado)
Inicialmente foram testadas três cópias, mas por questão de consistência e defesa, o número caiu para duas.
Terceira cópia da Potion of Déjà Vu
Com o aumento de Spell Void no meta (ex: Amethyst Tiara, Shock Charmers, equipamentos Widow), janelas de combo se tornaram raras. A estratégia de usar múltiplos Wildfire por jogo, com Deja Vu auxiliando a reaproveitar os Flood Gates, passou a ser necessária — especialmente contra Assassinos.
Além disso, ela permite reposicionar o Flood Gate no topo após tê-lo pitchado, algo crucial para seguir combando.
Lista ICBM
A lista ICBM (Intercontinental Ballistic Missile) é uma variação da Unga Bunga que foca ainda mais em combos explosivos. Introduz três cópias de cada cor da Overflow the Aetherwell.
Assim como o Flood Gate, essa carta depende do surge para fornecer dois recursos extras, o que viabiliza sequenciar mais jogadas.
Para abrir espaço, foram removidas três azuis e três Aether Spindle.
A ideia é similar: abrir com Wildfire, emendar vários Overflows e alimentar os Flood Gates subsequentes até encerrar com Blazing ou Lesson.
Embora ainda não tenha feito Top 8 em eventos Tier 2 (Calling+), a lista se consolidou durante a temporada dos ProQuests: Singapore e ainda é a base para muitos jogadores de Kano. A lista atual não roda a trinca de vermelhas.
E o meta de High Seas?

Com a aposentadoria de Aurora, Enigma, Zen e Viserai, o formato pós-High Seas passou por uma grande transformação. Entre os heróis restantes, Florian rapidamente se consolidou como um dos decks mais fortes do novo meta. No entanto, logo após o lançamento de High Seas, o set de cartas que permitia a estratégia de OTK (One Turn Kill) de Florian foi banido, enfraquecendo sua matchup contra o Kano que dependia da Amethyst Tiara.
Esse novo cenário abriu espaço para o retorno do Kano como uma escolha poderosa e estratégica. A desaceleração natural do meta — agora menos explosivo e mais focado em valor — favorece nosso jogo de controle do topo e acúmulo de recursos. Em vez de depender de combos desesperados e arriscados, é mais viável pilotar o Kano com um plano mais consistente: encontrar poções com tranquilidade, estabelecer o campo e preparar janelas de explosão realistas ao longo da partida.
Essa mudança também aumentou o número de matchups favoráveis, já que o Kano consegue competir com grande parte do field atual, aproveitando a redução na pressão letal que antes era constante em formatos acelerados.
A presença dominante do Florian no topo do meta também tem um efeito colateral positivo: a queda na popularidade da Prism, historicamente o maior inimigo do Kano.
Além disso, com a saída da Enigma, vimos o surgimento de decks mais lentos como Victor, Goldmane e Jarl, que ganham espaço no formato. Da mesma forma, decks como Fang e Cindra passaram a ocupar o espaço anteriormente dominado pela Aurora, em particular na função de “deck aggro do formato”.
Esses decks aggro, no geral, representam matchups favoráveis para o Kano. A baixa quantidade de cartas azuis e a escassez de formas consistentes de prevenção de dano arcano fazem com que combos simples sejam o suficiente para finalizar um jogo.
Novas cartas de High Seas que impactam o Kano
O set High Seas também trouxe algumas cartas importantes que mudam significativamente a forma como o Kano interage com o jogo. Depois de meses com o mesmo conjunto de equipamentos, finalmente recebemos um novo equipamento de armadura, novos itens, além de uma nova carta de Kano hate que foi claramente desenhada como resposta ao nosso herói. Vamos conhecê-las:
- Old Knocker
Este novo equipamento de armadura é uma excelente alternativa ao clássico Spellfire Cloak. Assim como ele, permite gerar 1 recurso — mas com a vantagem de poder ativá-lo em qualquer momento do jogo, bastando dar tap no seu herói, além de ainda bloquear 1 de dano, função normalmente restrita à Túnica.
Essa flexibilidade torna o Old Knocker uma opção extremamente forte, especialmente em partidas onde o timing de ativação é crucial. Em situações onde o oponente está ameaçando letal, você pode bloquear com 1 e, durante a Combat Chain, estourar o equipamento para gerar 1 recurso. Isso pode forçar o oponente a revelar mais uma carta da mão, atrasando o jogo dele ou abrindo espaço para uma resposta sua — um cenário comum contra Assassinos que tentam finalizar a partida com ataques de adaga. Você mantém o recurso necessário e ainda ganha tempo e informação, o que pode ser decisivo. Outro contexto é no cenário onde você tem pouca vida. Geralmente nesses momentos o oponente vai abrir o turno dele ameaçando letal para não revelar mais informações. Caso o dano apresentado seja exatamente o seu total de vida atual, você pode bloquear com o Old Knocker e estourar antes da combat chain fechar.
Ao oferecer geração de recurso, bloqueio e liberdade de ativação, o Old Knocker preenche uma lacuna importante no arsenal do Kano e é o novo equipamento padrão dos decks.
- Amuletos de High Seas: mais poções!
High Seas também introduziu 9 Amuletos. Esses itens são, na prática, versões alternativas das poções que já conhecíamos de Everfest, com uma diferença técnica importante: todos eles têm a keyword Legendary, o que significa que só podemos incluir uma cópia de cada no deck — mas como são cartas com nome diferente, isso nos permite rodar até 4 cópias funcionais de algumas poções chave.
Essa mudança é game changer para o Kano, pois nosso deck depende fortemente de ter poções no campo para executar combos com consistência. A possibilidade de aumentar o número de poções disponíveis aumenta a taxa de sucesso dos turnos-chave e permite setups mais ambiciosos.
Mas nem todos os Amuletos são úteis. Os que realmente importam para o deck de Kano são:
- Sapphire Amulet
Único amuleto que introduz um efeito novo relevante para o Kano. Ele adiciona +1 de intelecto ao herói, permitindo você combar com 5 cartas. Apesar de ser muito interessante no papel, essa ativação não tem Go Again, ou seja, você precisa usar no seu turno e ao mesmo tempo você está avisando para o seu oponente a intenção de combar. Muitos jogadores respondem a essa jogada simplesmente passando o turno. De qualquer maneira, em muitos momentos o combo que você pode apresentar possui letal determinístico ao ponto que jogar em cima de um oponente com quatro cartas na mão ainda é valioso. Ela também pode ser usada mid game para comprar 5 cartas e garantir que você tenha um On Turn, dando mais uma carta para proteger sua vida ou arsenal. Um exemplo é um Ravenous Rabble revelando um Command and Conquer. Saber que seu arsenal será ameaçado no próximo turno te permite usar o artefato de maneira defensiva.
- Ruby Amulet
Cópia funcional da Energy Potion. Gera 2 recursos ao ser destruída como instant. Essencial para quase todos os nossos combos. Quase todo deck roda as 3 Energy Potions + 1 Ruby Amulet hoje em dia.
- Opal Amulet
Equivalente à Clarity Potion. Já estávamos rodando menos Clarity Potion, ou seja, não faz sentido introduzir mais uma no deck. A única vantagem de rodar uma Opal Amulet e uma Clarity Potion é esquivar de turnos de Bonds of Agony no qual você poderia perder todas as cartas com o mesmo nome.
- Arcane Compliance
A Arcane Compliance é uma carta que causou desespero em muitos jogadores de Kano desde o lançamento de High Seas. Trata-se de um instantâneo genérico que pode reduzir a amplificação de dano de uma mágica, o que a torna uma resposta direta a combos arcanos. Embora seja poderosa, ainda há muitos jogadores que não a utilizam da maneira ideal — e ela também não é o “game changer” que muitos pensam ser.
O principal problema da Arcane Compliance não está em reduzir o dano do Aether Wildfire. Se ela for o alvo, ainda podemos amplifiar o Flood Gates com Metacarpus Node e continuar combando normalmente.
O real perigo da carta surge quando ela é usada diretamente sobre o Flood Gates. Se o dano for reduzido e o Surge não ativar, você não compra mais cartas, encerrando completamente a sequência de combo — e o deck de Kano é inteiramente construído em torno dessa sequência. Isso pode transformar uma partida ganha em uma derrota amarga.
Essa carta é especialmente perigosa contra decks de baixo AB, pois nesses casos o jogador de Kano muitas vezes acredita que poderá combar livremente. Mas, ao depender do draw do Flood Gate e ver o Surge falhar devido à Compliance, o combo falha antes mesmo de começar. É importante lembrar que o Arcane Compliance funciona também caso você se escolha como alvo, então não há saída aqui.
Já contra decks de alto AB, o valor da Compliance tende a ser menor. Muitas vezes, ela oferece menos impacto do que uma simples Oasis Respite, ou até mesmo que o uso correto do AB. Por exemplo: se você joga um Wildfire para 6 de dano, usar Compliance para reduzir 2 pode ser menos eficiente do que simplesmente pagar AB3 e prevenir 3.
O uso ideal da carta é, na maioria das vezes, sobre o Flood Gates, onde ela quebra o surge e impede o draw — mas essa leitura exige experiência e precisão. Ainda vemos muitos jogadores utilizando-a de forma equivocada, e isso tende a mudar com o tempo. Idealmente também ela deve ser jogada do Arsenal pois é instant e libera uma carta da mão para pagar AB.
Por outro lado, esse conhecimento também abre espaço para blefes e contra-jogadas. É possível, por exemplo, iniciar um turno com Aether Wildfire para 6, levando o oponente a pensar que seu alvo é o Flood Gate. Ele segura a Compliance, esperando jogar no momento certo — mas você então apresenta Lesson in Lava seguido de Blazing Aether, causando 30+ de dano se ele não tiver pago AB antes. Fazer combos usando cartas que não dependem de surge são, no geral, a melhor forma de contornar essa carta.
Estudar o timing da Arcane Compliance — tanto para se proteger dela quanto para explorá-la — é essencial no meta atual.
Tá, e a Burn Bare? Ela vai jogar?
A Burn Bare é uma nova carta de Wizard lançada em High Seas, capaz de causar 6 de dano arcano por 3 recursos. Apesar do impacto bruto, ela tem dois grandes problemas: não possui valor de pitch e traz um efeito que parece promissor no papel, mas pouco eficaz na prática — impedir um ataque com Phantasm.
É evidente que essa carta foi criada pensando no matchup contra Prism, já que a mecânica de Phantasm é central no plano ofensivo da heroína. No entanto, a Burn Bare não resolve o matchup — que continua sendo um dos mais desesperadores para o Kano.
Na prática, quando a Prism te ataca com um Herald, ela ainda pode ativar as Phantasmal Footsteps, manter o Action Point e continuar a sequência de Heralds. Você já gastou uma carta para jogar a Burn Bare e, mesmo que consiga interromper um ataque, ainda terá que lidar com mais pressão e menos recursos na mão. O cenário continua crítico.
Seu uso mais “ok” seria para tentar impedir Herald of Erudition dominado, mas mesmo isso tem pouco impacto real, pois a lista atual de Kano roda muitas poções, gemas e instants que não bloqueiam. Isso faz com que, mesmo com tempo de reação, o deck continue com mãos difíceis de defender. A Prism, por outro lado, só precisa de uma janela para baixar um anjo e transformar o jogo numa escalada de inevitabilidade.
A melhor estratégia contra a Prism segue sendo explodir o baralho dela o mais rápido possível. Setar poções rápido, encontrar o Wildfire e ir para o combo na fé. E nesse plano, a Burn Bare não adiciona absolutamente nada. Resultado: não entra nem no main deck, nem no sideboard.
Filosofia de Jogo — O Kano como o Deck Mais Ativo de Flesh and Blood
Nesta seção, quero compartilhar um pouco da minha filosofia de jogo com o Kano, e como isso se conecta ao conceito de deck ativo vs. deck passivo — uma ideia fundamental para entender por que pilotar o Kano bem exige muito mais do que apenas saber executar combos.
🧠 Decks ativos vs. passivos
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Um deck passivo é aquele que apresenta dano de forma linear e constante, sem variações significativas no ritmo ou impacto. Ele é previsível, segue uma curva de jogo mais estática e raramente muda a forma como força o oponente a responder. Ex: Dorinthea, Kayo, Ira
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Já um deck ativo é aquele que obriga o oponente a adaptar suas decisões constantemente: seja trocando equipamentos, alterando o sideboard ou até mesmo mudando a maneira como joga suas mãos. Ele exerce pressão mental e estratégica, mesmo fora do próprio turno. Ex: Nuu, Kano, Katsu
O Kano é, provavelmente, o deck mais ativo do Flesh and Blood, justamente porque o oponente nunca pode jogar de forma completamente segura — existe sempre o risco de um combo inesperado ou de um turno explosivo surgir. Essa presença constante força decisões subótimas, retém cartas importantes e muda a cadência natural de jogo do adversário. Em outras palavras: mesmo quando o Kano está apenas setando poções, ele ainda está ditando o ritmo da partida.
- Decks passivos operam com valor explícito: defender com duas cartas para proteger 6 de vida, e jogar com as outras duas para causar 7 de dano. São trocas claras e visíveis.
- Decks ativos operam com valor implícito: forçar o oponente a jogar abaixo do ideal por medo. Por exemplo, ao deixar uma carta no arsenal com 3 recursos flutuando e um Ragamuffin ativo, o oponente pode escolher não atacar com tudo por medo de um combo — mesmo que você não tenha nada. Esse valor não está no dano real, mas na ameaça do dano.
Desde o deckbuilding até cada decisão de turno, o oponente perde agência e precisa reagir ao que o Kano pode fazer — mesmo que ele ainda não tenha feito.
Exemplo simples:
Antes mesmo do jogo começar, o oponente já é forçado a trocar equipamentos, colocar Spell Void, ou incluir Oasis e Arcane Compliance no deck. Isso, por si só, já é perda de liberdade estratégica.
Durante a partida, esse efeito continua:
- O oponente não pode usar a mão toda, com medo de um combo inesperado.
- Ele não pode jogar no automático, precisa guardar recursos ou preservar arsenal, dependendo do risco de uma explosão arcana.
🕹️ Pilotando com intenção: o controle da informação
Ser um piloto de Kano de alto nível é, acima de tudo, manter o controle da iniciativa e da informação.
Se você está num turno onde bloqueia com várias cartas da mão, você transfere a atividade do turno para o oponente — ele percebe que não há ameaça de letal e se sente livre para executar seu plano.
Um bom Kano está sempre negando essa segurança. Ele está sempre deixando dúvidas no ar:
Será que ele tem Wildfire no arsenal? Será que essa Energy Potion foi só uma isca? Será que ele vai usar os Striders nesse turno?
O momento mais perigoso para o seu oponente é o início do turno dele onde ele deve decidir como sequenciar as informações que ele vai te mostrar.
📉 Gestão de perdas e pitch stack
Outro ponto importante é o rastro que você deixa no jogo:
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Quando você perde ou pitcha um Wildfire ou um Blazing muito cedo, isso transmite uma informação forte para o oponente:
“O próximo está longe ou no fundo do deck.”
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Um oponente atento usará isso para jogar mais agressivamente, se expondo menos, pois ele sabe que o risco imediato de letal é menor.
É por isso que a memória do pitch, o controle da ordem do deck e o entendimento da narrativa que você está contando ao oponente fazem tanta diferença com Kano.
⚔️ Contra decks mais ativos: o risco da pressa
Apesar do Kano geralmente ser o deck mais ativo do jogo, isso muda quando você enfrenta decks extremamente agressivos. Nesses matchups, o oponente pode ser mais ativo do que você.
- Eles não precisam jogar em volta do seu combo.
- Eles não se preocupam com pitch stack.
- E, o mais perigoso: eles vão te colocar em situação de letal em pouquíssimos turnos.
Quando isso acontece, o maior problema do deck do Kano aflora com força: a inconsistência.
Você pode se ver forçado a combar sem o setup ideal. E isso significa:
- Comprar Kindle ou Gemas no topo no lugar de magias relevantes.
- Usar Ragamuffin’s Hat de forma desesperada — e puxar mais uma carta morta.
Por isso, esse tipo de partida exige o dobro de cautela:
- Mesmo que pareça uma matchup favorável por falta de AB, ela pode virar facilmente contra você se você for impaciente.
- É melhor bloquear bastante e preservar sua vida do que tentar combar rápido pela falta de AB do oponente.
✅ Contra decks muito aggro e ativos:
- Jogue com máxima precisão, blocke assertivamente
- Use Striders para tirar vantagem de qualquer pequena janela caso tenha letal determinístico.
- Não confie no dano “possível” — só execute se for determinístico
É possível jogar pro Pitch Stack sem Tomo?
Uma dúvida recorrente entre jogadores mais experientes é:
“Ainda dá pra jogar pro Pitch Stack mesmo sem Tome of Aetherwind?”
A resposta curta é: tecnicamente sim, mas quase nunca vale a pena.
🔁 O que é o Pitch Stack?
O Pitch Stack (Pitch Stack) é uma estratégia clássica do Kano em que você organiza cuidadosamente a ordem das cartas que você pitchou, pensando em um segundo ciclo determinístico.
A ideia era simples: contra decks lentos, que não conseguiam apresentar letal antes do primeiro ciclo fechar, você setava poções, controlava o jogo com bloqueios e executava um combo inevitável, decorado e organizado.
No passado, essa linha era fortemente suportada pelo Tomo:
- O Tome of Aetherwind transformava uma ativação de Kano (uma blue) em +6 recursos líquidos.
- Isso permitia transformar 3 de recurso em até 15 de recurso caso os 6 tomos fossem utilizados.
💥 O problema sem o Tomo
Sem o Tomo, tudo muda.
O Open the Flood Gates custa 2 recursos. Ele requer e transforma duas blues em duas blues mais dano, mas não cria vantagem líquida de recursos como o Tomo fazia. Para um Pitch Stack funcionar hoje, você precisa:
- Estar com as 3 Energy Potions em campo
- Ter um setup de pitch perfeito
- Estar com a vida alta, sem risco de morrer antes do segundo ciclo
- Ter zero disrupções sofridas
- E ainda assim, acertar a sequência de forma precisa
Na prática, esse cenário é quase utópico. Em matches reais, você raramente terá tempo ou liberdade para fazer tudo isso sem interrupções — e, mesmo que consiga, muitas vezes não terá recursos suficientes para executar o combo todo.
✅ Quando ainda vale a pena?
- Contra decks sem pressão de dano, sem disrupção e com alta AB.
Exemplo: um Guardian com AB4, que não pressiona e só bate com a arma. - Em partidas muito específicas, como contra jogadores inexperientes ou em situações em que você sabe que o oponente não tem respostas.
- Na mirror de Kano — esse é o único matchup onde o Pitch Stack ainda é amplamente viável, pois ambos os lados jogam passivamente e com muito respeito ao tempo de combo do oponente.
⚠️ Fora esses contextos, a estratégia do segundo ciclo hoje é mais um resquício de um passado onde o Tomo existia.
🎯 Conclusão
- ❌ Não é uma linha viável na maioria dos matchups competitivos.
- ✅ Funciona em situações raras, especialmente contra decks ultra lentos ou na mirror de Kano.
- 🧠 Use com cautela: se não tiver o tempo, a liberdade e o setup perfeito, não vale o risco.
Hoje em dia, o plano de jogo dominante do Kano é setupar poções e buscar janelas curtas para combos letais ou parciais.
⏳ Execução de tempo no Kano
Jogar de Kano não é só sobre montar um combo explosivo. É sobre planejar o tempo com precisão — algo que se torna bem mais complexo do que em outros heróis de Flesh and Blood. O conceito de tempo vem do conceito de On Turn e Off Turn explorados no Guia estratégico de Flesh and Blood para jogadores iniciantes e intermediários do Simon Nielsen.
Como já temos um artigo sobre isso, você pode dar uma refrescada nos conceitos por lá.
🧠 Por que o tempo do Kano é diferente?
Porque você pode jogar no turno do oponente.
Mas… só porque você pode, não significa que você deve.
Muitas vezes, jogadores novos tentam:
- Fazer Blind Kano no turno do oponente
- Tentar jogar igual a Iyslander apresentando dano para “parar” o turno do oponente
- Forçar interações que só causam pouco dano ou geram pouca disrupção real
Essas jogadas, quando feitas fora de hora, só aceleram a partida para o lado errado.
📍 Quando jogar no seu turno?
Idealmente, jogue magias no seu turno sempre que possível.
Isso porque jogar no seu turno permite:
- Retirar cartas da mão do oponente
- Forçar Oasis
- Diminuir a ameaça no turno seguinte
Ou seja, quando você joga no seu turno e faz o oponente gastar cartas, você ganha tempo real para baixar mais poções, setupar mais recursos, ou até preparar um combo menor de Lava ou Flare.
🔁 O ciclo do Kano em jogos passivos
- Bloca muito
- Baixa poção ou faz arsenal
- Repete
- Espera um setup que pode nunca chegar
💡 Se você nunca pressiona, o jogo vira um “esperar o inevitável” — e muitas vezes, esse inevitável chega cedo demais. As vezes compensa tomar um pouco de dano para recuperar o tempo ou acertar um Aether Spindle para 5 de dano. A conta de valor nem sempre é implicita.
- Você toma 9 de dano ao invés de blockar com duas azuis.
- Você joga a Aether Spindle do arsenal passa 2 de dano.
- Você acha uma poção no topo e joga no board.
Nesta conta, você tomou 9 de dano mas retirou uma carta do oponente no próximo turno, passou 2 de dano e aumentou o seu board. O turno do seu oponente vai ser mais fraco e agora você tem o tempo da partida. No cenário onde o oponente não paga AB contra o Aether Spindle, você deu opt 5 e organizou um possível combo ou corrigiu sua mão contra um On Turn forte do oponente.
🔥 Quando pivotar?
- Quando o oponente estiver entre 26 e 31 de vida, já dá para tentar ameaçar combo de Lava que é mais consistente
- Se ele estiver segurando cartas importantes ou um Oasis, você pode:
- Tentar punir com Spindle, Destructive Aethertide ou até mesmo um Blind Kano bem calculado
- Forçar ele a usar a defesa no turno errado
A ideia é: não deixe o oponente jogar o jogo dele com conforto.
Mesmo contra decks lentos, tempo mal executado permite turnos grandes do oponente.
Mesmo contra decks rápidos, você precisa desacelerar o plano do oponente ou montar seu combo o mais rápido possível.
👀 Quando fazer um blind Kano?
Em alguns momentos, você estará enfrentando um oponente com pouca disrupção ou sem pressão de letal imediato. Nessas situações, surge a dúvida: vale a pena ativar o Kano às cegas?
A resposta está em como você administra o risco com base na informação disponível. Uma boa prática é manter rastreio mental do seu deck — o que já foi pitchado, jogado ou foi para o graveyard — e usar isso a seu favor.
🧮 Contagem estilo Blackjack
Inspirado na contagem de cartas do Blackjack, podemos usar um sistema simples para estimar rapidamente a chance de acertar uma blue no topo do deck.
Funciona assim:
- Comece a contagem em 0.
- Para cada blue que você vê ou pitcha, subtraia 1 do contador.
- Para cada non-blue (red ou yellow), adicione 1 ao contador.
Exemplo:
Você já viu (entre grave, pitch e board) 10 blues e 6 non-blues.
Então o contador fica:-10 (blues) +6 (non-blues) = -4
🎯 Como interpretar:
Esse número não representa a chance exata, mas dá um bom “feeling” de como está o deck:
-
Contador negativo:
→ Você viu mais blues até agora
→ O deck está mais carregado de reds
→ Risco maior de errar se estiver buscando recurso -
Contador positivo:
→ Você viu mais reds até agora
→ O deck ainda está rico em blues
→ Boa hora pra buscar recursos (Ragamuffin ou Flood Gates)
Esse sistema ajuda a tomar decisões rápidas sobre quando arriscar um Kano, quando buscar recurso, ou quando evitar um blind.
Ele não te dá a probabilidade real, mas entrega uma intuição numérica simples que faz diferença prática. Lembre-se que o seu deck sempre vai ter mais blues inicialmente, ou seja, +4 e -4 possuem pesos diferentes, números negativos não necessariamente significam que a chance de blue é maior do que de não-blue.
🎯 Probabilidades simples
Se você sabe que ainda não viu nenhuma Kindle, e ainda restam 36 cartas no deck, e você roda 3 Kindles, a chance de você revelar uma Kindle com o Kano é de aproximadamente:
3 em 36, ou seja, 8,3%
Esses números te ajudam a ponderar se vale a pena ou não tentar uma ativação cega. Às vezes, perder 3 pontos de bloqueio por uma chance de estender o combo com um Blazing Aether é o custo aceitável de um risco calculado.
Essa é a parte que geralmente o seu oponente vai falar: Nossa você teve sorte! Sorte nada, aqui é tigrinho calculado.
Resumindo:
Blind Kano é uma jogada de risco — mas não de sorte pura. Se você conta as cartas e faz leituras inteligentes, você está jogando poker, não roleta.
✅ Conclusão
- ⚖️ Saber quando jogar e quando não jogar é tão importante quanto o combo
- ❌ Não combe no susto, só porque pode
- ⏳ Domine o tempo, cause disrupção e baixe a vida do oponente estrategicamente
A lista que vou usar no Nacional
Agora que cobrimos as principais cartas novas de High Seas, é hora de falar sobre a lista que estou pilotando atualmente — e que vou levar para o Nacional.
Essa versão é um híbrido entre a Unga Bunga clássica e os novos recursos do set, como os amuletos e equipamentos. Após muitos testes, optei por não seguir a linha da ICBM, pois acredito que, embora os Overflows ofereçam explosões interessantes, eles exigem um nível de consistência em torno do Surge que nem sempre se alinha com o meta atual.
No lugar disso, minha build preserva cartas como a Aether Spindle, que considero extremamente valiosa, especialmente contra matchups lentos ou com baixo AB. O Spindle me permite aplicar pressão de valor ao longo da partida, além de fazer setups de topo que não dependem de Surge, algo que se torna importante quando o oponente apresenta Spell Void ou atrapalha sua janela de combo.
Essa abordagem mantém o plano de combo intacto, mas adiciona mais flexibilidade tática e valor incremental em jogos que se estendem além do turno explosivo. Além disso, permite criar linhas onde você combina valor com pressão, sem ficar 100% dependente de encontrar o Flood Gate + Overflow.
Mudanças e ajustes na minha lista
Entrando agora nos detalhes da minha lista atual, que pretendo usar no Nacional, fiz algumas mudanças importantes em relação à base da Unga Bunga clássica.
A principal alteração foi remover as duas cópias da Clarity Potion. Embora essa carta tenha bastante valor tático, hoje acredito que ela não é mais essencial, especialmente considerando a adição dos novos amuletos. Em seu lugar, estou rodando:
- Ruby Amulet – Ter quatro cópias funcionais de Energy Potion é simplesmente poderoso demais para ignorar. A consistência que isso oferece nos turnos de combo é enorme.
- Sapphire Amulet – Apesar dos problemas que mencionei anteriormente, ela ainda pode ser extremamente útil em partidas nas quais você está sendo ameaçado letal e ainda não tem o combo pronto. Comprar uma carta a mais, sabendo que aquele será seu último turno, pode virar uma partida perdida, então mesmo não gostando tanto da carta, reconheço seu valor em situações-limite — que são bastante comuns.
No sideboard, também fiz mudanças significativas:
- Removi as cartas específicas contra Enigma, já que o deck saiu do formato com a rotação.
- Adicionei cartas com ataque de 1 para 4 e 2 para 5, que são extremamente relevantes contra matchups mais lentos ou com alto AB. Nessas partidas, posso adotar um plano mais de valor, mantendo pressão constante e finalizando com um combo leve. Elas também são ótimas contra a mirror de Kano, onde o jogo se desenrola com mais cuidado e pequenos pings fazem diferença.
Outra carta que retorna para o sideboard é a Imperial Edict. Essa é, na minha opinião, a melhor resposta à Arcane Compliance. Em matchups onde você sabe que o oponente vai subir uma Compliance, entrar com a Edict em campo é a única forma real de garantir que seu combo vai passar.
No mais, mantive as 3 cópias de Scour, que continuam sendo essenciais contra Florian, ainda o deck mais forte do formato.
Principais Combos do Deck
Uma das maiores forças do Kano é a variedade de linhas de jogo que ele pode montar — e com essa lista, temos vários combos possíveis. Aqui estão os cinco principais combos que você deve conhecer e dominar ao pilotar essa versão do deck:
🔥 Combo de Flood Gates
Esse é o combo principal do deck e já foi bastante discutido anteriormente. A ideia é jogar um Aether Wildfire previamente (no turno do oponente) para amplificar os danos subsequentes e, em seguida, sequenciar múltiplos Open the Flood Gates — todos buffados pelo Wildfire.
O ponto central é garantir que os Flood Gates ativem o Surge, permitindo que você compre cartas e continue jogando magias. Quanto mais Flood Gates você conseguir em sequência, maior o dano e maior a vantagem gerada. Uma finalização com Lesson in Lava ou Blazing Aether sela o combo.
🔥 Combo de Lava
Aqui o plano é usar o Aether Wildfire antes de um Lesson in Lava. O Lava vai puxar um Blazing Aether do deck, criando uma sequência curta, porém letal se o oponente estiver com a vida baixa.
Esse combo é ótimo para fechar partidas rapidamente, especialmente se você não tem tempo de montar um Flood Gate completo. Combina dano direto com consistência — uma ameaça real contra decks com baixo AB.
🔥 Combo de Spindle
Nesse combo, o Wildfire é jogado antes do Aether Spindle, que além de causar dano, permite olhar e organizar o topo do deck. Se você encontrar um Blazing Aether ou outra magia de follow-up no topo como Flood Gates, pode usar Kano para capitalizar imediatamente.
É uma ótima linha em partidas mais lentas, onde você consegue jogar no valor e ao mesmo tempo preparar o endgame sem precisar do combo clássico.
🔥 Combo de Sonic Boom
O Sonic Boom é extremamente versátil. Pode ser usado como parte do combo de Flood Gates, principalmente quando combinado com Potion of Déjà Vu para garantir que um spell de alto impacto seja jogado “de graça”.
Você também pode usá-lo em meio a outras cadeias de dano para aumentar o volume de dano e manter a corrente ativa. Por isso, é uma carta excelente para sequenciar o combo, ganhando valor com cards extras no meio do combo e ajudando a manter a pressão até o Blazing.
🔥 Combo de escavar Poção
Apesar de contra intuitivo, tutorar um Gaze the Ages com Lesson in Lava muitas vezes é uma boa opção de jogada no seu turno.
Caso você tenha 2 azuis e o Lesson in Lava, você pode:
- Jogar o Lesson para 4 de dano,
- Colocar o Gaze no topo,
- Ativar o Kano para jogar o Gaze,
- Olhar as duas do topo com o efeito do Gaze,
- E caso nenhuma delas seja poção, colocar ambas no fundo e ativar um blind Kano pitchando o Gaze.
Isso permite que você atravesse 3 cartas do deck.
Em um turno 0, com 4 cartas na mão e 8 poções no deck de 60 cartas, a chance de encontrar pelo menos uma poção entre as 3 cartas do topo é de aproximadamente 37.6%.
🔥 Combo de Aether Flare
O combo mais simples da lista — mas nem por isso menos eficaz.
A sequência é:
- Aether Wildfire
- Aether Flare
- Blazing Aether
Apesar de parecer “leve” à primeira vista, esse combo é letal em muitos cenários, especialmente quando o oponente já está com a vida abaixo de 25.
📊 Fórmula de dano (sem AB)
Vamos definir:
W
: dano base do WildfireF
: dano base do Flare (geralmente 1)
O Wildfire adiciona W
como bônus a todas as magias subsequentes, e o Flare adiciona F
de bônus à próxima magia.
Detalhando:
- Wildfire causa:
W
- Flare causa:
1 + W
- Blazing causa:
W + F + W + F
→
= W + (1 + W) + W + (1 + W)
Fórmula final do Blazing:
4W + 2
🧮 Dano total do combo:
W + 1 + W + (W + 1 + W) + W + 1 + W = 6W + 3
Se W = 4
ou W = 6
, temos:
- Mínimo:
6×4 + 3 = 27
- Mínimo:
6×6 + 3 = 39
➡️ Combo total: 27 a 39 de dano bruto sem AB
⚖️ Quanto vale 1 de dano que passa no Wildfire?
Cada 1 de dano que é previnido no Wildfire:
Reduz em 6 o total de dano do combo.
- AB0:
27-39
- AB1:
21–33
- AB2:
15–27
- AB3:
9–21
- AB4:
3–15
💡 Dica
Se o oponente prevenir 2 do Wildfire, ele corta 12 de dano do combo. Em partidas onde o Flood Gates é inconsistente, esta pode ser a linha de vitória.
Guia de Matchups
Vamos agora entrar na parte mais prática: como enfrentar os principais heróis do meta atual. Cada matchup exige uma abordagem diferente com o Kano, especialmente porque nosso plano depende muito da leitura do tempo e da capacidade de montar o setup certo.
🏹 Azalea — Matchup Difícil
Azalea continua sendo uma das partidas mais difíceis para o Kano. Ela impõe pressão de forma consistente, aplicando dominate, o que dificulta nossas defesas e encurta bastante o número de turnos disponíveis para prepararmos um combo completo. Além disso, com cartas que ameaçam Inertia, ela atrapalha diretamente nossos setups de arsenal e bloqueia preparações de turno que são fundamentais para o plano de jogo do Kano.
Outro ponto crítico é a capacidade de disrupção constante que Azalea possui, muitas vezes destruindo a mão ou forçando bloqueios fora de hora — o que complica ainda mais a execução do combo.
Estratégia:
A principal vantagem que precisamos buscar nessa partida é setar poções o mais rápido possível, mesmo que para isso seja necessário bloquear bastante nos turnos iniciais.
Uma dica que aplico com frequência é, ao usar o combo de escavar poção. Isso permite escavar o topo e buscar mais poções rapidamente, criando um cenário onde você monta o campo e executa um OTK (One Turn Kill) que encerra o jogo de forma direta, antes que Azalea possa aplicar letal.
Mesmo sendo um matchup difícil, a boa notícia é que Azalea atualmente não carrega mais tanto hate direto contra Kano, como ocorria em metas antigos, onde se via muito Spell Void no deck. Isso nos dá um pouco mais de margem para setar nossa estratégia — mas ainda exige precisão total para não perder o timing.
✅ Plano geral contra Azalea:
- Bloqueie com consistência no início
- Busque poções e Gaze com Lesson in Lava
- Prepare um turno de OTK para finalizar antes do letal
- Cuidado com Inertia e Dominate: antecipe as disrupções
🩸 Nuu — Matchup Muito Difícil
A Nuu se tornou uma das partidas mais assustadoras para o Kano, principalmente com a chegada dos equipamentos Widow. Esses equipamentos têm Spell Void embutido e permitem que ela apague até 6 de dano de forma eficiente — praticamente neutralizando um Aether Wildfire inteiro se bem sequenciado.
Além disso, os equipamentos Widow também fornecem AB3, dificultando nosso plano de chip damage antes do combo. Isso obriga o Kano a buscar dois turnos de combo em muitas partidas, normalmente com suporte das Potion of Déjà Vu, para tentar vencer em duas camadas.
Como se não bastasse, Nuu ainda apresenta disrupção direta: removendo cartas da sua mão ou banindo cartas do topo — incluindo suas peças de combo. Em partidas mais longas, isso pode significar perder permanentemente o Wildfire ou o Blazing, o que praticamente inviabiliza a vitória.
Estratégia:
É uma partida onde é preciso ter conhecimento profundo tanto do seu deck quanto do deck da Nuu. Você deve:
- Setar o máximo de poções possível, bloqueando agressivamente nos primeiros turnos;
- Estar atento às janelas de disrupção, principalmente com cartas como Bonds of Agony. Se souber que o oponente pode banir uma carta vital da sua mão, é melhor jogá-la com Kano ou queimar um pitchando para a Crucible só para tirá-la da mão e protegê-la;
- Em muitos casos, é válido passar o Wildfire mesmo que cause apenas 1 de dano. Isso pode forçar a Nuu a queimar seus equipamentos de Spell Void e abrir caminho para o Flood Gates na sequência.
- Tomar cuidado com mãos que não blockam diante de disrupções. Muitas vezes o ban do topo pode acabar com o seu jogo. Exemplo: Se você tem uma carta que não blocka e você vai perder ela + o topo do seu deck, as vezes compensa ativar Kano para checar qual carta será banida.
⚠️ Cuidado: jogadoras experientes de Nuu sabem como dividir o Spell Void.
Exemplo clássico: Wildfire para 6 → Nuu usa 2 equipamentos, previne 4 → toma 2. Em seguida, ela usa o terceiro equipamento para prevenir o Flood Gates, te impedindo de comprar cartas. Isso mata seu combo e te deixa numa situação precária.
É um matchup de paciência, leitura e cálculo. Você precisa reconhecer exatamente quanto de Spell Void e AB ela ainda tem disponível, e criar a janela perfeita, mesmo que pequena, para explodir a partida.
Não subestime os turnos de tempo: jogue no valor, construa o campo e saiba quando aceitar trocar 6 por 2 — só não perca a janela certa.
✅ Plano geral contra Nuu:
- Setar múltiplas poções (Déjà Vu é essencial)
- Proteger suas peças de combo de efeitos de banish
- Forçar uso prematuro de Spell Void para abrir caminho (tente blefar!)
- Combos parciais com Wildfire + Flood Gates ainda vencem se bem construídos
🗡️ Arakni, Marionette & Slipped Thru the Crax — Matchups Muito Rápidos e Agressivos
Tanto o Arakni, Marionette (Mario) quanto o Arakni, Slipped Thru the Crax (Sleepy) são assassinos altamente perigosos no meta atual. Assim como a Nuu, eles têm acesso ao set completo de equipamentos Widow, com Spell Void incluso, o que já cria uma barreira natural para os nossos combos. Mas, diferente da Nuu, a ameaça aqui é outra: velocidade letal.
Mario e Sleepy são extremamente rápidos, sendo capazes de colocar o Kano na faixa do letal em pouquíssimos turnos. A disrupção que eles trazem não vem tanto de efeitos de banimento, mas da pressão pura combinada com o controle de Spell Void. Isso significa que é quase impossível montar um combo de duas camadas contra esses heróis — o tempo simplesmente não existe.
Apesar de causarem quase tanto dano quanto heróis como Cindra e Fang, Mario e Sleepy têm a vantagem de jogar com aglumas blues e possuir equipamentos que previnem dano arcano, o que torna a execução de combos ainda mais desafiadora.
Estratégia:
Contra esses dois tente explodir o mais rápido possível.
- Se conseguir baixar uma ou duas poções no turno 0 ou 1, abrace essa mão — ela pode ser a janela necessária.
- Em vez de buscar um setup completo, foque em ameaçar dano já nos primeiros turnos e obrigar o oponente a gastar os equipamentos.
- Muitas vezes, você só terá uma tentativa de combo, então faça valer.
- Bloqueie sempre que necessário — não tente preservar vida demais. O jogo vai acabar rápido, então a pressão é sua melhor defesa.
- Dificilmente você vai conseguir fazer muito setup, ele também possui disrupção no deck.
Um plano possível é combar com Striders cedo para remover os equipamentos de AB. Sem AB, fica mais fácil de passar dano todo turno e blockar efetivamente, jogando assim no valor.
✅ Plano geral contra Mario/Sleepy:
- Baixe poções o quanto antes (turno 0 ou 1 ideal)
- Esqueça setups longos: vá para o combo direto
- Force o oponente a gastar Spell Void cedo
- Bloqueie para sobreviver até o momento de explodir
- Evite mãos lentas ou muito dependentes de sequência ideal
Uma vez que os equipamentos estejam fora de jogo, fica muito mais fácil pois ele vai ter AB 0:
- Causar dano incremental em turnos subsequentes
- Fazer com que cada ping de arcano passe
- Combar com Deja Vu
- Jogar no valor, mantendo pressão constante e bloqueando de forma mais eficiente
Esse plano alternativo pode ser a chave em partidas onde você sabe que não terá tempo para montar um combo completo. Às vezes, sacrificar as Striders cedo garante o tempo necessário para ganhar no ritmo e não na explosão.
🌿 Florian — Matchup Favorável
Com o fim do plano de OTK do Florian, essa passou a ser uma das partidas mais tranquilas para o Kano no meta atual. Hoje em dia, o herói gira em torno de dois estilos: aggro ou midrange — e em ambos os casos, é possível vencê-lo com consistência ao adotar um plano de valor + combo bem construído.
O Florian não apresenta uma taxa de dano agressiva por turno. Isso permite que você:
- Bloqueie com eficiência
- Baixe poções com calma
- E monte um setup sólido para um combo definitivo, sem pressa
Estratégia:
O segredo é não se afobar. O maior risco neste matchup é tentar combar cedo demais ou receber muitas disrupções disrupções como:
- Felling of the Crown (remove carta da mão)
- Plow Under (remove carta do arsenal)
Essas cartas são problemáticas porque o Florian costuma manter duas cartas na mão, o que aumenta a chance de ele ter respostas no momento em que você tenta combar fora de hora.
💡 Treine o timing do combo: espere ter o melhor setup de campo possível, pois você vai ter tempo suficiente. Em muitos jogos, é possível até montar turnos com dois Wildfires + Flood Gates, algo quase impossível contra outros heróis.
Sobre as techs que ele pode trazer:
- Muitos Florians vão tentar usar hate contra Kano, como Oasis Respite, Arcane Compliance ou ambos.
- Se ele estiver segurando o arsenal por vários turnos ou segurando carta na mão todo turno, desconfie: ele está preservando hate.
- Leve sempre o Imperial Edict e nomeie Arcane Compliance, pois é a carta que efetivamente pode quebrar seu combo. Mesmo que ele tenha Oasis e Arcane Compliance, você ainda pode passar dano com Wildfire e garantir Flood Gates.
Atenção com Well-Grounded (equipamento de bota):
O Well-Grounded concede +2 de prevenção se o Florian banir quatro cartas de Earth.
Na prática, isso leva de 6 a 8 turnos para acontecer, o que costuma ser tempo suficiente para você combar antes.
- O Decompose (a habilidade que ativa a bota) não funciona bem contra Kano, pois muitos dependem de interações com reações de defesa. Como não atacamos, ele não consegue decompor com elas.
- Além disso, se o Florian estiver constantemente pitchando para AB, ele demora mais ainda para preencher o grave com Earths.
Plano geral contra Florian:
✅ Plano geral:
- Jogue no valor: bloqueie bem e baixe poções
- Não combe cedo: espere o setup ideal
- Use Imperial Edict e nomeie Arcane Compliance
- Observe bem o comportamento do arsenal do oponente
- Aproveite o tempo antes de ele ativar Well-Grounded
- Cuidado com Felling of the Crown e Plow Hunger
- Evite ser forçado a reagir
Existe a possibilidade de jogar também com Waning Moon para aplicar ainda mais pressão de dano. Eu particularmente prefiro jogar com a Crucible pois ela me fornece mais janelas de combo quando o Florian compra mal ou quando eu tenho menos setup. De qualquer maneira, ambas as estratégias funcionam bem contra o herói.
Com paciência e leitura precisa, essa é uma das partidas com maior margem de vitória para o Kano. Só não entregue de bandeja por querer forçar letal cedo demais.
🐉 Cindra & 🐲 Fang — Matchups Rápidos e Favoráveis
As partidas contra Cindra e Fang tendem a ser favoráveis para o Kano, graças ao perfil extremamente agressivo e redline dos dois heróis — o que, por consequência, significa pouquíssima defesa arcana.
Mesmo com a introdução da adaga de Spell Void para a Cindra, ela ainda apresenta baixa disrupção real ao nosso plano de jogo. O importante é entender que essas são partidas rápidas e explosivas: você não tem tanto tempo para setar um combo.
🐲 Fang – A mais fácil das duas
- Fang costuma apresentar listas puramente redline, com praticamente nenhuma carta azul e apenas um equipamento de AB.
- Seu único diferencial é o acúmulo de tokens de Fealty, que eventualmente permitem que ele ataque sem pagar custos — preservando cartas na mão.
- No entanto, mesmo que ele tenha uma carta azul, isso raramente será suficiente para impedir seu combo.
✅ Plano contra Fang:
- Baixe poções o mais rápido possível.
- Prepare um combo letal ou próximo de letal, de preferência abusando o surge que sempre passa.
- Evite combar em cenários onde você pode achar um Kindle ou Gema no topo.
- Contra AB1, combo de Lava dá 18-28 de dano, isso é o suficiente na maioria das vezes.
🔥 Cindra – Um pouco mais perigosa
- Cindra é semelhante ao Fang no ritmo de jogo, mas apresenta mais dano por turno e agora tem acesso ao novo equipamento de Spell Void, o que pode bloquear Wildfire ou Flood Gates parcialmente.
- Ainda assim, a quantidade total de disrupção é baixa. A maior ameaça é você errar o combo por achar um Kindle no topo.
💡 Atenção estratégica:
- Nessas partidas, o pior erro é tentar combar sem uma linha de dano determinística.
Exemplo clássico: você acha que tem letal, mas revela um Kindle ou uma gema no topo e o combo falha. Isso transforma uma vitória em uma derrota.
✅ Plano contra Cindra:
- Exploda o mais rápido possível, mas com consciência.
Melhor deixar o oponente com 2 de vida e garantir o final no turno seguinte, do que apostar num combo inconsistente. - Se o combo parecer instável, use os Striders para abaixar bastante a vida e prepare o segundo ataque com segurança.
✅ Resumo dos matchups:
- Ambos são rápidos, mas frágeis contra arcano
- Flood Gates precisa passar com surge — jogue sempre com esse cuidado
- Contra Fang: execute o plano normalmente
- Contra Cindra: atenção redobrada ao setup e ao topo do deck
Essas partidas favorecem o Kano quando ele não se sabota. Jogue com calma, respeite o dano do oponente, e monte setups que sejam determinísticos — isso vence jogos aqui.
🌈 Prism — Matchup Desesperador
A Prism continua sendo o pior pesadelo do Kano. Mesmo após tantas mudanças no meta, a forma como ela nega dano arcano e aplica pressão constante com Anjos e Heralds faz com que essa seja uma das poucas partidas onde quase não há inovação possível — é um jogo de explosão.
Já falamos um pouco sobre esse matchup nas seções anteriores, mas aqui está o panorama completo:
O que não fazer:
- Muitos jogadores de Kano ainda insistem em usar Waning Moon nesse matchup, na esperança de estourar Wards durante o combo.
Não recomendo. Você não terá tempo para montar esse setup — a Prism vai te atropelar antes.
O que fazer:
- Crucible of Aetherwave é a melhor arma aqui.
Com ela, você consegue garantir que o Wildfire será amplificado, mesmo com o bloqueio parcial da Prism, o que permite seguir com o combo em Flood Gates e gerar dano real. - Escolher começar pode ser fundamental. Ao fazer isso, você pode:
- Baixar poções no turno 0
- Arsenalar o Wildfire
- Preparar um combo antes dela apresentar um anjo
💡 Em alguns casos, é possível ganhar no turno 1, antes da Prism sequer ameaçar jogo. No Nationals da Cards of Paradise, por exemplo, venci uma Prism no T1 dessa forma: ela só tinha um Herald na mão e eu já havia arsenalado um Wildfire e baixado uma Energy Potion no turno 0.
Janelas críticas para vencer:
Mesmo sendo uma matchup muito difícil, existem momentos-chave que podem te dar a vitória — se bem observados:
-
Pitch da Prism
Se ela pichar um figmento importante, como o Judgment, isso pode salvar sua carta no Banish, pois ela não conseguirá flipar o Halo. -
Falta de Heralds
Se ela atacar com um único Herald na mão, ela não poderá ativar o Halo, pois isso requer uma carta com “Herald” no nome para ativar o texto da heroína. Essa janela pode ser sua chance de explodir a partida sem reação.
Plano geral:
⚠️ Matchup desesperador, mas vencível:
- Use Crucible of Aetherwave em vez de Waning Moon
- Comece sempre que puder
- Baixe poções e prepare Wildfire cedo
- Leia o pitch e mão da Prism com atenção
- Identifique janelas onde ela não pode ativar o Halo
- Se possível, execute o combo antes do primeiro anjo
Mesmo sendo um dos piores matchups do jogo, ainda é possível vencer, com muita sorte e sangue frio. É o tipo de partida onde o Kano precisa fazer mágica de verdade.
🛡️ Victor Goldmane & Jarl — Matchups Favoráveis com Cuidados
As partidas contra Guardians como Victor Goldmane e Jarl tendem a ser favoráveis para o Kano, especialmente por serem heróis de jogo lento e com pressão de dano baixa. No entanto, algumas variações específicas podem dificultar a vida do mago — principalmente quando o oponente traz hate tech específico para Kano.
🦁 Victor Goldmane
O Victor pode ser apresentado em versões com AB2, AB3 ou até AB4, dependendo se ele está rodando Crown of Dominion ou não. Para cada variação, o plano muda levemente:
- Victor com AB4
Essa é, paradoxalmente, a versão mais fácil de vencer no combo, porque o jogador geralmente está rodando uma build mais passiva.
✅ Plano: bloqueie bem, monte seu campo e execute um combo com dois Aether Wildfire. Com tempo e as vezes pitch stack, é fácil encontrar a linha.
💡 Se você estiver confiante no seu pitch stack, essa é uma das partidas ideais para usá-lo.
- Victor com AB2 ou AB3
Essas versões são mais agressivas, especialmente quando utilizam cartas com Dominate para pressionar.
✅ Plano: busque um combo mais cedo — não há tempo para pitch stack completo.
Cuidado com disrupções e não se deixe entrar na faixa de letal cedo demais.
🧊 Jarl
Contra Jarl, a dificuldade pode subir bastante, especialmente se ele vier com um kit completo de hate contra Kano:
- Heart of Ice
- Arcane Barrier 3+
- Oasis Respite
- Arcane Compliance
Se esse for o caso, montar o combo tradicional pode ser inviável. É o momento de pensar em pitch stack ou focar em jogar no valor.
Diferente do Victor, o Jarl não aplica tanto dano, mas suas cartas são muito eficientes em travar combos, e ele tem acesso a ferramentas como Frostbite que podem atrapalhar seus recursos — além de eventualmente destruir sua Storm Striders se a partida se prolongar demais.
✅ Plano contra Jarl:
- Identifique janelas de fragilidade (ex: mão vazia, pós-Heart of Ice, ou pitch caro)
- Use magias de custo alto do seu sideboard para ameaçar dano no turno dele e retirar cartas da mão
- Se ele gastar as cartas para se defender, você pode combar no turno seguinte
- Tome cuidado para não prolongar demais a partida, ou você pode perder seus recursos-chave
✅ Resumo dos matchups:
- Contra Victor:
- AB4 = combo tranquilo e pitch stack viável
- AB2/3 = exige explosão mais rápida, atenção com disrupção
- Contra Jarl:
- Cuidado com hate completo (Heart of Ice, Oasis, Compliance)
- Jogue em cima do tempo e da fragilidade da curva de mana dele
- Frostbites e destruição de Striders são reais — não enrole demais
Esses são matchups que o Kano domina desde que o piloto saiba o momento certo de acelerar ou esperar. Leitura de tempo e uso inteligente de poções e janelas de combo são a chave aqui.
Em alguns momentos, também jogamos com Waning Moon aqui para manter a pressão de dano. É uma opção que eu gosto mais do que contra o Florian pois é mais fácil jogar no valor e ao mesmo tempo ir stackando um combo curto para o segundo ciclo. Como não testei essa linha o suficiente (geralmente consigo vencer com a Crucible), não vou opinar.
🪞 Mirror de Kano – A partida mais difícil do Flesh and Blood
A mirror de Kano é, possivelmente, a partida com o maior skill check de todo o jogo. Uma batalha de pura percepção de tempo, blefes, e domínio técnico de cada carta. Jogadores experientes sabem que, aqui, não vence quem comba mais rápido, mas sim quem entende melhor o tempo da partida.
🎭 Uma partida de blefes
Na mirror:
- Se você tenta combar no turno do oponente e não mata, você provavelmente morre na volta.
- Ambos os jogadores possuem acesso fácil a AB (Arcane Barrier) — então Wildfire, Floodgates e Blazing dificilmente passam sem preparo.
- É preciso cautela, paciência e preparo para punir o menor erro.
🧤 Setup e equipamentos ideais
Para esta matchup:
- Use Waning Moon no lugar da Storm Striders
- Use Alluvion Constellas
O objetivo é: prevenir dano enquanto carrega a Alluvion Constellas e ganhar valor com Waning Moon a cada turno.
Isso permite que você:
- Aplique pressão de dano de forma incremental
- Preserve a mão para se defender e contra-atacar
💎 Energy Potions são decisivas
A quantidade de E-Pots no campo dita o ritmo da partida:
- Se você encontra primeiro, consegue manter a mão, defender e ameaçar letal com segurança
- Se ambos encontram cedo, a partida caminha para:
- Pitch Stack
- Ou um blefe bem executado
💡 Um bom blefe é forçar o oponente a tentar um combo fraco, sabendo que ele não vai te matar — para que você o puna no turno seguinte
🚫 O dilema do Wildfire
Lembre-se: Aether Wildfire aplica buff às magias dos dois jogadores.
Ou seja, se você usar e não matar, o oponente pode combá-lo com dano extra.
⚠️ Nunca use Wildfire sem absoluta certeza de que vai finalizar ou tirar o máximo de cartas da mão do oponente.
📘 Exemplo real – Blefe no Battle Hardened
No Battle Hardened de São Paulo, peguei a quarta rodada numa mirror.
Ele achou duas Energy Potions cedo, eu nenhuma.
A partida parecia perdida.
Então eu blefei: estourei a Striders e fiz um combo com duas reds da mão.
No meu turno, ele tentou combar mas eu tinha duas blues e sabia que ele não teria letal. Mesmo assim ele me deixou a 2 de vida.
Com a mão cheia, finalizei com um combo de 26 de dano e ganhei o jogo.
Essa é a essência da mirror de Kano — paciência, blefes, leitura de tempo e disciplina.
✅ Dicas finais
- Evite usar Wildfire cedo
- Jogue com magias pesadas para taxar mão
- Esteja preparado para grindar até o segundo ciclo (Pitch Stack)
- Não jogue como se fosse outra matchup: essa é única
Se você dominar essa partida, você entende verdadeiramente o Kano.
Conclusão
A chegada de High Seas trouxe mudanças significativas para o arquétipo de Kano. Entre novos equipamentos, cartas de hate como Arcane Compliance e a expansão das opções com os amuletos, o deck passou por ajustes importantes. Este artigo buscou mapear essas mudanças, avaliar seu impacto prático, e apresentar uma lista preparada para o cenário atual.
A minha versão do deck busca um equilíbrio entre as versões mais explosivas e as ferramentas de controle, com foco em consistência, reconhecimento de janelas e gerenciamento de risco. O meta pós-High Seas favorece o Kano em diversas matchups, com a queda da Enigma, o aparecimento de heróis com pouca resistência a dano arcano, e a estabilização de listas mais previsíveis. Ainda assim, há ameaças claras — como Azalea, Nuu, e a inevitável Prism — que exigem disciplina tática e domínio do tempo de jogo.
Como ainda temos poucos dados das matchups contra Gravy Bones, Marylynn e Puffin, vou deixar para atualizar esse guia no futuro :)
Espero que tenham gostado e qualquer dúvida podem me chamar no Discord ou no Whatsapp!